sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Elephants & buttterflies... sound & movement by Joana Cabral


A butterfly is a natural born dancer. She wanders about by herself and flies around the wonders and ugliness of the world. She is a distracted but keen observer… witnessing and compiling images, sounds and movements… Capturing stories in the form of sweet cotton fantasies, dreams and expectations, as well as warning memories and dreadful scaring threats… A butterfly keeps dancing despite all the risks she, by observation, became aware. What other purpose would her colorful wings serve? And if her wings had no purpose, what would then be the purpose of her own existence? This is why she dances even when scared and running from danger. She has all sorts of choreographies for her dances. She dances exuberantly to dazzle the world, capture attention in a generous effort to put a smile on others face. She dances gently caressing the ones she loves, graciously and near enough so that the movement of her wings produces a lullaby song. She dances at distance, surfacing from a protective distance, collecting evidences, recognizing others as possible partners for dance and play. The butterfly dances even when she’s frighten and fearing for the eternal dream of joyful and peaceful happiness. Why does she keep dancing in dangerous conditions? Well, her wings don’t allow any other movement but dance… it’s her communication tool. If motionless she shall die.

Butterflies are cautions, aware of their fragile condition, yet curious at the same time. They sometimes fly closer to others… teasing them to share… other times a butterfly doesn’t resist when another stares and calls her, intrigued by her colorful movements describing a silent enchanting song… ‘cause, you know, butterflies are giving and sharing creatures… the truth is that, tough shy, they secretly desire care and admiration. Butterflies have a special attraction for elephants… they look so gentle and caring when carefully observed… and so they grasp their curiosity… the butterfly wonders: “this creature looks so much bigger than me… we have so distinct physiognomies… yet he looks as peaceful and gracious.”. “Could I dance with you elephant?”, asks the butterfly, while joyfully flying around the elephant’s tail, before their eyes, around their strong and heavy feet. And the elephant, he finds the butterfly funny and sweet, he learns to enjoy her company. He sometimes very much wants to dance along with the butterfly. He feels clumsy yet delighted… he is not used to graceful and joyful movements… the elephant just walks majestically keeping his eyes, undistracted, on nothing more than possible menaces to himself and his kind. Elephants care for their own protection so tenaciously that they sometimes feel bored and lonely. But it’s a hard choice to make… "distraction (they think) may be paid at a too high price", possibly costing their safety… but too much caution condemns them to slavery and loneliness.

Funny… butterflies are so much fragile than elephants… yet so less cautions and concerned… the secret must be in the wings… the butterfly can fly away towards the sun if she wants and just disappear… but her strive will always be to try it all.

Should butterflies dance with elephants? Who’s in greater danger? Is it possible for them to synchronize their movements and dance around with no risk of injuries?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gracinha.

Teu cheiro em mim!


Vivas estão as partes nas quais te apertaste contra (a favor, na

verdade) meu corpo.


Teus olhos incrédulos fazem-me sentir bem.



E o mundo torna-se esse olhar e o sorriso que dou-te em troca.


Minhas mãos movimentam-se sozinhas a pedir-te.


E





esperamos


o fôlego


voltar...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

por Martinha Ferreira


A brisa vem quente e delicada, como carícias de uma mãe, correr os dedos pelos cabelos e desprender as últimas folhas das árvores cruas e recortadas num pôr-do-sol escondido. Pés ante pés pisam o falso chão de caruma e mel, os tecidos mortos estalam pelas solas de borracha, a cabeça pende para a frente numa melancolia desprendida.
É doce, este Outono, este cheiro a estrume quente e a erva cortada, a rebentos secos e a cascos e feno fresco. Lá ao longe um vitelo passeia os olhos pelos humanos pesarosamente e delicia-se com um dente-de-leão por entre as mandíbulas. A erva e a terra fundem-se bem como o céu escuro e feio lá ao longe; o vento amedronta-se e arrefece, e tudo perde a gentileza de um tarde. A noite não chega, mas o sol vai na mesma, e o momento pára. Imóvel. Ileso.
Olho e quero-te ali, quero-te ali naquele momento, quero ver-te apertar a gola da camisola contra o pescoço e franzir as sobrancelhas como se duas agulhas tas prendessem; depois o teu riso solta-se, um galho quebra-se e desapareces.
A dois passos, elas vêm num trote lânguido contra passos pequenos e receosos, e os seus focinhos aprontam-se ao nível da nuca, os lábios roçam sobre os ombros e o pescoço contrai em pulsações destemidas. E se são belas! Nos seus castanho-pimenta e cortiça adocicada, depois talvez um cinzento grafite e um poldro de faixa branca, que cheira e sente qual ser tão diferente.
Um focinho impaciente empurra pela zona da cintura enquanto dedos se entrelaçam em crinas e orelhas, e o poldro suspira de contentamento; são quatro, quatro fêmeas imensas que engolem o corpo em carícias, ao ponto dos dedos se tornarem pretos da sujidade do pelo macio e sedoso e os pés se perderem no meio de cascos.
Desprendo-me e elas correm, fogem e voltam a correr, numa elegância de um dia puro, sobre músculos e articulações quentes, suadas e apaixonantes; um olhar doce espelhado, uma alma livre. Completamente livre.
Lusitano, sinto, suspiro e respiro. Poderia adormecer eternamente por entre feno dourado e éguas mansas, se ao menos olhasse, e te visse a ti.

domingo, 25 de outubro de 2009

A vida pede!


Estou a caminhar com umas pedras de granizo na mão. A admirar a vida, a perceber umas forças.
Vejo uma ave enorme a atacar um grupo de aves menores.
Amo o simples e quero mais.
Meus olhos ficam atentos a todos os detalhes da rua.
O céu é meticulosamente desenhado para ser inspirador e belo.

É a vida a pedir para ser.

E caminho procurando algo para admirar.
Vejo um gato a ensinar os filhotes a andar em muros. Será que gatos ensinam isso? Qual deve ser a média para passar de ano?
Vejo o cimento quebrado e um ramo a sair da fenda. E faço estórias na cabeça, com o ramo a empurrar e quebrar sozinho o chão. Precisa mesmo respirar.
Quer nos ensinar a querer menos.

É a vida a pedir para sair.

Quer derrotar o cinza feio. Quer ensinar-nos a querer mais. Ensinar-nos a olhar e fechar a boca por uns instantes.
Recolho todas as belezas lá dentro de mim. E penso nas quais vou dividir com quem.
E com respeito a minha vontade ou não, o que vejo se instala em mim. E me enriquece, me distrai, me melhora.
Depois tropeço e penso: Puxa, mas estava tão charmoso meu momento.

Pronto, já cheguei em casa. E esqueci a chave.
Vou ter que incomodar o pessoal.

É a vida a pedir para entrar.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Conheci o DeRose


Conheci o DeRose

Quando entrei na Escola de São Bernardo, representante do Método DeRose pensei: - Venho aqui duas vezes por semana e está bom!

Aos poucos travei contato com pessoas lindas, cultas e interessantes. Juntava-se um grupo com pessoas de 17, 25, 37, 43 e 60 anos, advogados, arquitetos, músicos, surfistas, procuradores e conversávamos de igual para igual. As diferenças enriqueciam as ideias e encantavam umas às outras.

Logo percebi mudanças em meu corpo, em meu ânimo, no desempenho no basketball. Percebi que finalmente tinha as ferramentas para trazer à tona tudo o que eu havia sonhado ser.

...

Agora, dez anos depois, após centenas de cursos, jantares e longos papos com o Mestrão já estou totalmente mergulhado na Nossa Cultura.

Pensando sobre como conheci o DeRose percebi que fiz isso quando entrei naquela sala e já comecei a me identificar com aquelas pessoas, aquele lugar, com a amizade, o carinho, o companheirismo e o senso de missão no olhar de cada uma.

DeRose extrapolou a pessoa. Através da herança cultural que ele nos trouxe, que influencia cada minuto do meu dia. Seus ensinamentos são sensíveis e avassaladores. Transformam e sublimam. E ultrapassam quaisquer limites, classificações ou padrões que o empobreceriam se tentassem mesmo enquadrá-los.

Hoje ao nos encantar com a decoração de uma das nossas escolas, ao admirar uma realização de um companheiro, ao perder o ar com uma coreografia estamos conhecendo o DeRose e a visão de mundo que ele nos transmite.

Vejo mais e mais o DeRose quando vou para um lugar conhecido e as pessoas são lindas, amigas e prestativas porque vêem a medalha que carrego ao peito. Conheço-o quando penso no que posso fazer para contribuir com uma pessoa que nunca vi, pois temos um propósito em comum.

Sinto que travo mais contato com a grande mente que ele é, quando através das técnicas da Nossa Filosofia descubro algo sobre mim. Em algumas vezes algo lindo, noutras, um detalhe que preciso mudar.

Sei quem é o DeRose quando extrapolo um limite, quando respeito uma emoção, quando supero um problema. E quando sei olhar toda a beleza de uma brisa que acaricia meu corpo.

Sei que o desvendo quando realizo muito no meu trabalho, quando toco contrabaixo de forma inspirada, quando dou uma aula que transforma as pessoas. Quando amo cada minuto do meu dia.
E quando sinto uma tristeza e sei que ela faz parte de mim, e nem a lamento. Sei que é uma energia a ensinar-me algo. E consigo ver a semente do bem que me abalou. E Sorrio.

Encontro o DeRose enquanto me conheço, enquanto aprendo a gostar mais de mim. Nos momentos em que aprendo a respeitar as pessoas, a não me impor. A defender meus ideais e aquilo no que acredito.

Conheço o DeRose quando o vejo sorrir. E sinto o olhar dele ensinando. Conhecê-lo e também identificar-se com sua mensagem, com suas palavras e com seu amor pela humanidade. E ouvir e assimilar o conhecimento transbordante que ele transmite. e saber-se privilegiado por tê-lo escolhido, como amigo, como supervisor e como Mestre.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Be kind to a stranger, cause you'll never know


23:02 Tia: Oi. Há aqui uma pequena que quer muito escrever. Achas que podes ler o que ela vai teclar?

Homem no computador: Oi. Claro. Sempre um prazer!

Tia: Aqui vai:

23:05 Pequena: ,jm btily

Tia: Acho que isto são beijinhos em linguagem de três anos.

Homem no computador: Outros ,jm btily!

Tia: O jantar foi óptimo!

Homem no computador: Deixa-a escrever mais!

Pequena: m,,.gv-iii---------º

Homem no computador: Pensei que era uma menina de olhos claros e pele morena.

Pequena: hm

Tia: É melhor não a deixar ser tão criativa.

Homem no computador: Estou a adorar, deixa!

Tia: Ela está a perguntar se estiveste na praia?

Pequena: ,kj7jkçlolp~ª ( esqueceu-se da interrogação)

Homem no computador: Faz tempo que não e tu?

23:07 Tia: Não.

Homem no computador: E te banhaste nestes dias?

Tia: Ela lembra-se de ti da praia da luz.

...

Eu: Queria ter tido mais tempo com ela, mas torço para que ainda tenha para levá-la a cavalinho.

Tia: Acho que vais ter mesmo!

Tia: Afinal parece que a marcaste...

23:08 Eu: Como? Mal nos falamos...

Tia: Pois é!


Eu: Acho que são ideias de tia!

Tia: Por isso fiquei surpreendida. Mas eu disse-lhe que era o Thi, perguntei se se lembrava de ti.

Eu: Que linda!

Tia: E ela disse que sim, da praia. Podes crer!

23:09 Tia: Ensinas-me então a fazer arroz colorido?

Eu: Surpreendente. Quem fala pouco tem a oportunidade de observar muito.

Ou antes faço-o para ti.

Tia: Thi, porque temos de dormir?

Tia: Ajudas-me a explicar à pequena?

23:15 Alguém da conversa: Acho difícil enjoar de ti.

Eu: Tem uns lances a ver com o corpo, mas é mesmo chato!

23:16 Eu:Para a Pequena: Temos que dormir, para irmos visitar os anjos que deixamos para trás quando viemos para esse mundo. São uns amigos nossos que nos lembram como a vida pode ser boa. E como há beleza no mundo a nossa volta.

23:17 Tia: E que mais? pergunta ela.

Eu: Eles que nos lembram de como podemos ter muitos amigos e distribuirmos carinhos e amor por onde passamos...

Pequena: ffrrrrt

23:18 jmyjk87kl

Eu: E nos dizem todas as noites que cada sorriso que damos deixa o mundo mais especial e alegra até aos que nos olham lá de cima.

23:19 Tia: Estou extasiada!

Eu: Linda, imaginei como falaria para alguém de três anos...

: um beijinho

Eu: Queria a ter no meu colo enquanto contava e gesticulava com as mãos!

Tia: Foi ela que teclou com a minha ajuda.

23:20 Tia: Ela queria mandar-te um beijinho.

Isso seria óptimo neste momento.

Eu: Que doce!

Tia: Ela é bastante enérgica, e derrota-me as mais das vezes...

Eu: Vou ter mais com ela depois.

23:2 Imagino

23:22 Tia: Diverte-te em Paredes de Coura!

Eu: Vou sim ! ! !

Tia: Tenho a certeza que vais amar.

Eu: Nine Inch Nails!

Eu: É exactamente o que meu corpo precisa. Vai ser tão fixe!

23:27 Tia: Amore mio, tenho de colocar este anjo mais perto dos amigos.

Eu: Vai lá, doce! Dá um beijo na testa dela por mim.

23:28 Tia: Dou sim.

Tia: Ela pergunta onde estás?

Eu: Estou em casa.

Tia: Na cama?

23:29 Eu: Já estou deitado sim!

Tia:
Aviso sim...

Eu: Mas minha cama é um tanto heterodoxa...

Tia: Ela está a brindar-me com mais uma canção.

Eu: Que linda!

Tia: Ela está é a enrolar-me. E tu também. Vocês, os dois!

Eu: Vais dormir!

Tia: Vou pô-la a dormir.

Eu: Beijos.

Tia: Beijinho.

Pequena: iughui

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Presente, pasado y futuro por Natalia Sanmartin Gil


Do blogue: Nuestra Cultura, da minha amiga Natalia Sanmartin Gil.

Sin lugar a dudas, vivimos más pendientes del pasado y del futuro que del momento actual.

El pasado representa nuestra propia historia, lo que nos fue trayendo hasta este instante. Podemos decir que cada paso que dimos, cada decisión que tomamos, nos construyó como somos ahora.

Las elecciones que hicimos se cristalizan en nuestro presente. Como es imposible volver a decidir bajo las mismas circunstancias, no tiene mucho sentido quedarse ligado a ellas.

El futuro son los proyectos, las metas, lo que será. Depende de lo que elijamos ahora. Hay infinitos futuros posibles, ninguno de ellos está cien por ciento asegurado ni es inamovible.

La confluencia entre el pasado y el futuro es el instante presente. Es bastante habitual que descartemos la vivencia actual por estar pendientes de lo que pasó o de las consecuencias posibles de nuestras acciones (lo que va a pasar).

La práctica del Método DeRose trabaja con técnicas que expanden la conciencia. Y una de las formas en que puede vivenciarse esa expansión es viviendo más conectado con el ahora.

Para comenzar un trabajo en ese sentido, te invito a practicar el siguiente respiratorio:

Tamas pránáyáma (respiración imperceptible): a través de esta manera específica de respirar vamos a aquietarnos bastante, percibiendo cada estímulo por sutil que sea y estando en forma activa más presentes en el instante actual.

a) Inspirar tan lentamente que no se consiga percibir el menor movimiento respiratorio.
b) Retener el aire por unos segundos.
c) Exhalar tan lentamente que sea imperceptible.

Realícelo por cinco minutos, manteniendo esta dinámica y evitando hacer inspiraciones o exhalaciones más rápidas.

Al cabo de unos instantes, sentirá cómo al disminuir la velocidad de la respiración disminuye la ansiedad y se empiezan a identificar sensaciones específicas, como el sonido del aire al rozar las fosas nasales y los latidos del corazón, que disminuyen también su frecuencia.

En seguida parece expandirse la percepción temporal. Al finalizar los cinco minutos, es probable que parezca haber respirado así por bastante tiempo más.

Experimentá este pránáyáma al menos una vez por día, y disponete a vivir más en el presente, menos atado al pasado y ocupándote en la medida justa por lo que vendrá.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Bem perto!


Quero doze mil motivos para ficar perto.

E ficar bem feliz perto de você sem motivo nenhum.

Quero nenhum motivo para ficar perto de você

E ficar bem feliz perto de você por causa de doze mil motivos!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Do porque gostamos de super heróis.


As pessoas querem ser especiais. e o mais difícil, querem que outros a tratem como especiais. Não percebem que todos podem ser importantes. E ainda há os que dizem que se todos são especiais ninguém o é. E esse é o ponto.

Existe um vazio interno que nos compele a exigir reconhecimento. Acho isso um tanto triste. Devia-se ter capacidade de perceber-se o quanto cada um é importante e tem potencial para ser fundamental e único no mundo. Cada pessoa é um universo a ser conhecido e ampliado. Cada ser humano é capaz de tocar a um outro de uma forma sem precedentes e sem imitações.

Cada um possui dentro de sua complexidade o lindo que será cativante.

O que seu interior o conduz a fazer é o que o fará mais feliz independente do resultado.

Quando se tem essa certeza, somada ao conhecimento de suas capacidades ( não as que acha que tem, mas aquelas que o conduzem a realizações) e ao contacto com a riqueza de sua essência consome-se a necessidade de sermos especiais.

Já nos percebemos como peças do mundo e fica-se claro que existimos por uma razão. Que já estamos a fazer diferença. E quando livramo-nos do anseio de reconhecimento ganhamos liberdade. Que é poder.

Ficamos com mais possibilidade de acção, ampliamos nossa autenticidade, criatividade e alegria de viver.

Lógico que sempre uns farão mais diferença e sempre se tornarão mais queridos, ilustres ou bem sucedidos.

Essas são pessoas que acreditaram nelas mesmas ou tiveram alguém que acreditou nelas. Isso faz toda a diferença. As pessoas compram a imagem que é vendida para elas.

Há quem só se relacione com quem prove que o vê como especial.

Esse grito por louros é tão enraizado nas pessoas que as torna manipuláveis.

Basta que alguém as diga o que querem ouvir e já se baixa a guarda pelo prazer de se receber elogios e o tão aguardado lugar ao sol.
Como aqueles idiotas não perceberam antes?

Acho também lindo quando se tem uma razão importante para se aproximar de alguém.

Mas é imaturidade esperar que o que torna alguém especial num determinado momento, ou época ofusque eternamente o brilho de todas as demais pessoas.

Há que ser seguro o suficiente para se perceber que tudo no mundo é (passível de) mudanças e que as pessoas podem ser interessantes pelos mais diversos motivos. Imagino que perca-se milhares de amizades, empregos, relacionamentos e até oportunidades de se assistir a um bom filme, que poderia ter sido enriquecedor, bonito, aconchegante, pleno de trocas só pela espera de algo fora do comum.

Quando na verdade tudo que é olhado com olhos penetrantes pode ser impressionante.

Perdemos liberdade e lucidez.

Queremos ser especiais mas não sei o quanto somos capazes de perceber o quanto cada pessoa a nossa volta é especial.

Devíamos, antes, aguçar nossa sensibilidade a descobrir o que torna único cada amigo, cada pessoa querida, cada pessoa que conhecemos.

E já seria um excelente exercício para trazer a tona nossos próprios tesouros.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Oi!


- Doce!

- Bom dia um!

- Era quinta e não via a hora de ligar!

- Liga para mim?

- Adoro.

- Ontem o por do sol estava lindo. E no ritmo da música.

- Queria fazer tudo errado. Como foi a aula?

- Hoje foi muito bom, a galera curtiu. E no caminho de volta, quase dormi porque a temperatura estava correta.

-Que bom. Tudo tão correto. E conseguiu comprar tudo o que eu queria.

- Você. Bem o que eu queria!

- Ô. Já é sexta?

- Até os fones?

- Putz, estes ainda não. Odeio aquelas bolinhas que nunca encaixam nas minhas orelhas. E na aula? Conseguiu consertar o contrato?

- Foi maior bagunça, porque já estava mal antes de eu chegar. Queria ficar lálálá...

- Zua eu?

- Ô, pira.

- Humm, vou lá.

- Ô, vai lá.

- Asmo

- Coala eu?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um chefe matriarcal.


Estamos acostumados com chefes mal humorados, com expressões bravas e a falar aos gritos.

Em nossa educação prioritariamente repressora aprendemos desde pequenos, por alguma falha, que é essa forma de se relacionar com subalternos. E mesmo que isso nos ofenda tendemos a tratar aqueles a quem lideramos, os que nos prestam serviços e aos que ensinamos da mesma forma. E durante nossa criação, aprendizado e formação de carácter aprendemos pelo que vemos e não pelo que ouvimos. E vemos essas acções repetidas aos milhares diariamente. Com nossas mães, professores, adultos e todos os que estão acima hierarquicamente.

Fazem-nos acreditar que são pessoas que tudo sabem e que não cometem erros ou não possuem defeitos.
Aprendemos desde cedo que nossos tutores podem nos tratar como bem entenderem.
E mesmo que ninguém nos diga isso e essa ideia pareça absurda damos por nós a pensar ou a sentir isso muito frequentemente. Ou mesmo sem nos apercebermos estamos a actuar com base nisso.

E não me refiro só a aguentarmos cara feia de nossos chefes, mas a nós mesmos assumirmos o papel no momento de lidar com pessoas que precisamos conduzir.

O interessante nesse tema é que ele é algo de uma sutileza incrível, pois já está enraizado em nós esse conceito de que quem nos ensina ou nos conduz a algo precisa fazer o papel de malvado e irritante.

Que triste pensar que não temos maturidade para sermos bem tratados ou para sermos amigos de nossos superiores hierárquicos e mesmo assim sabermos em quais ocasiões temos que respeitá-los.

Se estabelecermos uma conexão com aquele com quem trabalhamos o processo será mais agradável, mais produtivo, mais rápído, enriquecedor e feliz.

Temos que desenvolver a maturidade de possuirmos e reconhecermos autoridades que nos tratem bem e sejam nossos amigos e aprendermos que o líder pode ser um parceiro, amigo e alguém que até aprende connosco sem tirar-lhe o devido título.

Se é do nosso interesse aprendermos e evoluirmos precisamos desenvolver em nós a capacidade, o impulso de extrair conhecimento de todos os momentos de convívio, no trabalho, na escola ou até na praia.

E conquistarmos uma capacidade tão profunda de assimilação de ensinamentos que mesmo quando sejamos tratados com carinho e amizade pelo detentor do conhecimento possamos aprender de forma exacerbada. E essa forma de relacionamento, que até se tornou incomum nos dias de hoje, deveria ser um caminho para nos tornarmos mais próximos e mais identificados com aquele que nos lidera ou ensina o que inevitavelmente faria a comunicação fluir profundamente e com uma eficácia superlativa.

Sabermos que se estamos juntos é porque temos um propósito comum e podemos chegar a nossas metas com brigas, discussões, mágoas e um a se sobrepor ao outro a cada oportunidade. Ou fazermos a jornada a nos divertirmos, a crescermos como pessoas, como profissional. E se não temos um propósito em comum, se não desejamos o mesmo, devemos e merecemos nos afastar.

Impossível que eu não consiga uma profissão ou uma escola com valores com os quais me identifico. E se não consigo, está na hora de incrementar minhas capacidades.

Todos os momentos podem envolver reflexão, amadurecimento, felicidade, carinho, produtividade, descontracção.

E devemos aprender a perceber que se um professor ou alguém com cargo mais alto que o nosso se aproximar de nós devemos ter um cuidado dobrado para manter-nos como aprendizes mesmo que sejamos excelentes amigos. Ainda devemos manter o interesse, o carinho e a vontade de respeitar, aprender e estarmos abertos para na proximidade sermos alunos e colaboradores com excelência.

E poderemos criar relacionamentos profissionais mais humanos e ao mesmo tempo mais sérios pois nos envolveríamos de forma profunda e entenderíamos melhor o que querem de nós, saberíamos como trazer connosco aqueles a quem lideramos. Como envolvê-los em nossos ideais e fazê-los adquirir e perceber como será importante para eles que atinjamos a meta juntos.

E também conseguiríamos fazer o caminho inverso. Ensinar àqueles que nos ensinam que podem ser mais humanos connosco e mesmo assim os respeitaríamos e trabalharíamos com todo nosso afinco. mas dando mais liberdade à nossa criatividade, colocando vontade, bem estar e envolvimento em tudo.

E teríamos todos a ganhar.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Distraidamente,


Não quero ser o mais importante da tua vida.

Quero ser o mais importante de cada momento que passamos juntos. Ou, melhor ainda, descobrir contigo o que merece importância nos momentos em que estejamos juntos.

Queria, ensinar-te a ver o importante, aprender a vê-lo nos teus olhos, a ouvi-lo junto com o aroma que sai da tua boca. E estontear-me por instantes, a descobrir que o importante pode ser delicioso.

E esnobar em tua companhia, tudo o que para os outros é valioso. Perceber outras preciosidades, que brilham sob a poeira acumulada em tantos anos de esquecimento.

Quero parar na rua e admirar algo atirado no chão, como se tivesse encontrado um tesouro e esperar tu voltares com uma expressão de pergunta no rosto e me entender assim que vires o que tenho nas mãos.

E de repente a cidade toda não existe e deixamos de lado o que faríamos.

E perceber que o importante é isso. Que a vida está a acontecer, que o que procuramos está bem aos nossos pés. Sentir que muitos vão gastar a vida a correr atrás, a viajar atrás e trabalhar atrás do momento que estão a viver e desperdiçar.

E lembrar que os momentos que tive contigo foram lindos porque foram únicos. E ignorar que poderia ter sido diferente e desfrutar do que foi, do que eu fiz com aquilo que vivi.

E saber que a vida está aqui, está aí. Está ao teu lado a cutucar teu ombro e chamar-te para participar, para ser feliz.

Sorrir a deixar que o sorriso se espalha para onde haja ar, para onde haja vida. E ser tudo, e ser o momento.

Ser vivo,

ser belo,

ser único e

ser importante!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Árvore

Vi uma senhora enfeitando um pinheiro morto com umas tiras de sacola plástica.

Tive duas visões totalmente opostas: 1° alguém perdendo tempo com algo inútil e tolo. 2° Alguém com a incrível capacidade de ver beleza na vida que tem.

Perguntei-me o que faço com minha vida, quis saber quanto tempo perco dando atenção a atividades, coisas e até pessoas que talvez não vão acrescentar muito à minha vida.

Tem uma história que diz que sempre todos acrescentam algo. Mas toda generalização é perniciosa. Fiz a pergunta para cutucar minha capacidade de discernir o que quero, o que me acrescenta, o que me torna uma pessoa melhor.

Fiquei muito preocupado com minha própria vida. Será que estou dando importância para o que realmente a merece? O que merece importância?

Passamos muito tempo de nossa vida dando atenção, esforço e carinho para aspectos de nossa vida que nos trarão um retorno bem pequeno. Um dos motivos é que, normalmente só vamos descobrir isso depois de algum tempo de investimento. Outro motivo, mais subjetivo até, é que esse esforço dito inútil nos aprimora como pessoa.

Já que tanto as atividades prazerosas quanto as entediantes nos enriquecem, devemos aprender a dedicar tempo ao que nos dá prazer. Fácil dizer, não tão difícil fazer. Sinta o quanto lhe incomoda enfeitar uma árvore morta, lembre-se que primeiro estamos analisando sob o ponto de vista de desperdiçarmos nosso tempo.

Há assuntos e trabalhos em nossa vida que precisam ser feitos, há outros que nem tanto.

Comecemos abandonando esses assuntos de menor importância. Teremos mais tempo para dedicarmos a nós mesmos. Isso aumentará nossa qualidade de vida e mudará diversos outros fatores.

Com isso, poderemos nos expor a mais atividades e vamos descobrir mais delas que nos trarão prazer.

Resta ainda as que realmente não dão escapatória. Se já conquistamos capacidades de filtrar, fica fácil transformar as atividades necessárias em algo satisfatório, até porque elas então já não tomarão a maior parte do dia como nos parecia antes e também porque nossa disposição será outra.

Nosso relacionamento com nosso dia-a-dia será diferente e teremos desenvolvido a habilidade de realizar o que sempre realizamos de maneira diferente.

Agora, analisaremos sob o aspecto de ver beleza no que parece sem valor.



Às vezes gostamos de reclamar que nosso trabalho é chato, nossa namorada sem graça e a vida sem novidades. Que costume alucinado este.

Há coisas na vida que não vão mudar tão cedo: o trânsito, fazer frio ou calor. Aquela pessoa que fica no nosso pé. Sempre haverá algo que nos incomoda.

Ver aquela senhora me abriu a cabeça para amar minha vida. Sempre teremos dificuldades e situações pelas quais teremos que passar. E já que é assim, que o façamos da forma mais prazerosa possível.

Da próxima vez em que ficar numa fila interminável, leia um livro. Quando chover, reúna os amigos para um filme. O que tem que mudar é a nossa atitude em relação ao que acontece. O que temos que fazer é cortar umas sacolas de supermercado e enfeitar a árvore seca.

Por exemplo uma burocrática tarefa no seu trabalho. Será que só há uma forma, sem criatividade e sem prazer de se executá-la?

E se a resposta é sim, porque não fazê-la com o prazer com que se faz algo diferente porque tudo o mais você já está exercitando fazer com beleza e alegria e por isso umas poucas atividades sem graça no seu dia não terão a capacidade de tirar seu bom humor.

Aprendendo a acrescentar prazer no cotidiano, uma mágica acontece: descobrimos que muito do que pensamos ser obrigatório fazer na verdade não é. Alguns estão bem escondidos sob a máscara de obrigação, mas é certo que aprendemos a tirar-lhe a fantasia.

Isso nos dará uns anos a mais e aumentará a qualidade da nossa vida ao extremo. E com essa atitude vamos conseguir perceber melhor quando é o momento de ver beleza no que parece e quando é o momento de perceber que nossa atenção está voltada para o lado errado.

Lembre-se do quão precioso é o seu tempo. Tenha certeza de que vale investir alguns instantes pensando se devemos fazer determinada tarefa ou não ao invés de simplesmente darmos nossos preciosos minutos a tudo o que nos cai no colo.

E faça novas todas as coisas.

domingo, 12 de julho de 2009

Estranho...

Era um quarto de madeira próximo à praia com uma parede de vidro. Curtia-se a luz perto do pôr do sol.

Estávamos quase que a acordar, ríamos de algumas bobagens e nos aproximávamos a trocar olhares.

Fiquei abraçado em tuas pernas a olhar o mar enquanto tudo tornava-se alaranjado. Depois sentei-me atrás de ti e fiquei a cheirar teus cabelos, a acariciar teus seios e cintura. Beijei-te a boca, a respirar profundo, como se tentasse te trazer para ainda mais perto. Com um movimento rápido Estava ajoelhado à tua frente e deslizei a língua por tua barriga e envolvi tuas pernas com meus braços. Beijava teu sexo sem pressa, enquanto admirava teu rosto lindo e tuas expressões de prazer(dessas me lembro bem). Passava as mãos por tuas pernas, a excitar-me com teu sabor, tua textura e o calor do teu sexo húmido.
Abracei-te sem tirar os olhos dos teus e aos poucos abria-te o corpo, como a adentrar teus sonhos e tuas vontades, sentia teu corpo encostar-te ao meu como se ultrapassasse a pele e já não mais sabia onde terminavas tu e começava eu. E isso tampouco importava.

Explorava tuas curvas mais íntimas, numa sintonia de velocidade, intensidade e duração.

Sensações, visões, cheiros, toques, sons e sabores se acumulavam de forma que tudo a volta se desmanchava para dar lugar a uma dança só nossa, que sem ser importante para mais ninguém contribuía para dar mais alegria ao mundo. E nos amava-nos com a inocência dos que descobrem algo, como se o próprio sol fugisse do poente a nos admirar e a nos brindar com sua luz mágica, plena em vida e força.

As ondas se moviam ao nosso ritmo e éramos toda a natureza. Toda aquela força despertava ao nosso redor, através dos nossos sorrisos que escapavam, dos sons que saiam de nossas bocas e dos nossos contactos.

Nem posso dizer como acabou, pois não acho mesmo que tenha acabado. O que sinto é que há mais por vir.
E que tudo fica como se estivesse a espera do próximo toque, do próximo olhar, do próximo tu.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

Cinza


Cada vez mais fico convencido que nos ensinam mentiras sobre os opostos. Dizem que quem é bom, nunca é ruim. E que quem é disposto não se cansa nunca. Claro que colocado dessa forma todos diriam: Que absurdo, óbvio que não é assim.
Como se fala na bíblia o homem não podia comer o fruto do conhecimento do bem e do mal. O resultado é que ficamos presos na dualidade e isso interfere seriamente na nossa percepção da realidade e das pessoas à nossa volta.

Quando conhecemos uma pessoa só nos sentimos seguros em relação a ela depois de colocar uma etiqueta de legal, boa e interessante ou feia, invejosa e mesquinha.

Assim sabemos se devemos nos afastar ou nos aproximar dela. Mas o mundo e principalmente o ser humano, não são simples assim.

Nós mesmos, quantas vezes nos sentimos mal ou fazemos algo que sabemos que deveríamos evitar?

Essa segurança que sentimos ao etiquetar as pessoas o mais rápido possível é falsa e nos é prejudicial.

Qualquer análise precipitada de algo complexo como um ser humano tem chances enormes de ser superficial e o pior é que embasamos nosso relacionamento futuro no que vemos nos primeiros momentos ou nos primeiros dias.

Lógico que ajuda termos uma ideia da pessoa com quem estamos lidando mas o comum é que condenemos a pessoa a ficar longe de nós, caso não gostemos na primeira olhada, ou caso gostemos, nos condenemos a ficar perto da pessoa.

Poderíamos simplesmente entender que as pessoas são mesmo ricas em sentimentos, pensamentos, humores e dar-lhes e até mesmo dar-nos mais tempo antes de ter uma decisão pronta sobre elas.

Assim enriqueceríamos nossas relações, por exemplo, com mais atenção. Por que ficaríamos sempre atentos ao que nosso interlocutor tem a nos oferecer, estaríamos sempre colhendo informações que nos ajudassem a lidar com ele e com as demais pessoas à nossa volta sem cair naquela hipnose que algumas pessoas se prendem ao conversar.

E essa atenção a mais seria fortemente sentida pela pessoa que nos ouve e isso deixaria as amizades mais bonitas, os namoros mais apaixonados e as relações de negócios mais produtivas.

E nos faria ver que as mesmas pessoas que em alguns momentos podem nos magoar são aquelas que em outros nos fazem sorrir.

E assim quando decidíssemos nos aproximar mais de uma pessoa essa escolha seria feita de uma maneira muito mais lúcida e com mais razão para tanto. Claro que isso nunca impediria aquela sensação de identificação a primeira vista, pelo contrário, até a reforçaria, pois como estaremos mais atentos às pessoas a nossa volta, quando sentíssemos vontade de nos aproximar ou de nos afastar de alguém, confiaríamos mais em nossa intuição.

Essa também é uma forma de não deixarmos entrar no automático nossos relacionamentos com as pessoas, pois isso é uma das maiores fontes de riquezas que podemos possuir em nossas vidas.

Por isso precisamos saber que nossa vida não pode ser trabalhar para comprar comida e comer para ter forças para o trabalho.

Temos que dedicar algum tempo ao nosso aprimoramento pessoal, ao despertar dos nossos sentidos, a um treinamento de uma forma melhor de nos relacionarmos com o mundo.

Escolha sua forma de aprender a se perceber, a se curtir e conseguir fazer isso com o mundo a sua volta.

Algo desafiador, que respeite seus limites, mas vá desfazendo-os pouco a pouco. Algo que torne seu corpo e seus sentidos mais vivos, que o ensine a lidar com suas emoções.

Isso fará com que estejamos realmente próximos das pessoas, nos tornará capazes de ouvir e assimilar o que falam e aumentará nosso contato com aqueles que queremos e nos protegerá de gente menos interessante. Passamos a nos relacionar melhor com aqueles que não queremos como amigos pois não mais os veremos como ameaças e as amizades e a vida se tornam mais profundas, verdadeiras e gratificantes.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vontade de perder-me no seu sorriso.

Deixar que nossos corpos se encaixem, sem pretenções, como se o abraço fosse o fim de tudo. Curtindo o início fingindo que não sabemos o que acontece. Curtindo o acontecer, deixando que a pele fale por nós. Olhando, trocando e deslizando nossas mãos.

Como crianças que descobrem algo novo. No novo, uma sensação de identificação e lembrança. Porque o novo também pode ser um reencontro.

E quero mais, sem compromisso, sem esperanças, deixar que o acontecer nos leve para onde bem entender, escolhendo e sendo escolhido a cada instante. Construindo exatamente o que quer, mas fluindo com o vento.
Apenas vivendo seus olhares, seu jeitinho bom.

Para mim isso é seus lábios entreaberto, seus dentes à mostra..

Vontade de perder-me no seu sorriso.

sábado, 18 de abril de 2009

Espelho Mágico


Há uns anos, num curso com o Mestre DeRose, codificador mundial do SwáSthya Yôga, o Yôga Antigo, ele me abriu os olhos para um detalhe óbvio.

Ele mostrou, sobre um outro ponto de vista, a história de Adão e Eva, expulsos do Éden por terem comido o fruto da árvore do bem e do mal.

Perdemos o paraíso quando passamos a enxergar o mundo através da prisão do conceito de polaridades. A visão da dicotomia preto e branco, que nos joga na pobreza de limitar incrivelmente nossa percepção da realidade.

No curso, DeRose cita que não se consegue despertar a energia interna que nos move e pode nos levar ao mais alto grau de evolução ao que se chega o ser humano, no Yôga chamada kundaliní, enquanto se julgar o universo e as pessoas com esse padrão infantil e tolo.

Desde então, venho num processo de levar para meu dia a dia a liberdade de julgamento e de ação que ganho ao parar de decidir quem é bom ou ruim ou parar de tentar ser legal ou ser chato.

E, dia após dia, tenho conseguido ser mais eu mesmo e descoberto que as pessoas em alguns momentos são boas em outros ruins e ainda há quando são entediantes e interessantes ao mesmo tempo.

Lendo um livro de J. A. Gaiarsa, acho que esse processo avançou algumas décadas. O livro chama-se Espelho Mágico, um fenômeno social chamado corpo e alma, uma obra brilhante sobre o quanto nos aprisionamos e nos reprimimos para conviver em sociedade. Também retrata a cegueira que temos em relação à nossa imagem e a influência que ela tem sobre as pessoas que se comunicam conosco.

Descobri que essa visão simplificada de bem e mal faz com que reprimamos uma parte de nosso eu: a que não seria aceita em nossos grupos. Afastando o auto conhecimento e, consequentemente, nossa evolução pessoal, impedindo que sejamos nós mesmos em totalidade.

Isso traz frustrações e cobranças constantes que nem nosso próximo mereceria e muito menos nós mesmos. Tal fato ainda nos deixa longe de nossa felicidade por pedirmos de nós o que outros esperam e não respeitarmos nossas reais necessidades e vontades.

E durante a leitura fica claro que amarmos a nós mesmos, de forma nenhuma exclui o outro pois tudo o que somos e fazemos se formou e acontece na relação com os outros.

Um parênteses: Os caras são incríveis. Conheço o trabalho do Gaiarsa desde que nasci pois minha mãe sempre leu seus livros e me educou ao máximo dentro de suas dicas. O ano retrasado fui a uma palestra dele e o ouvi, me deliciando com um conhecimento transbordante. Quanto ao DeRose, tenho o privilégio de tê-lo como supervisor do meu trabalho de instrutor do Método que leva seu nome. Ele tem uma sabedoria jorrante pelos olhos.

Voltando ao assunto, respeitando-nos teremos mais a ofertar ao outro, pois seremos mais completos e mais felizes tornando-nos melhores companhias.

E a auto repressão se manifesta em uma repressão nas pessoas à nossa volta e, depois, de uma forma mais abrangente, nas próprias leis que regem as comunidades e sociedades, seja em família, no grupo de amigos, no trabalho ou no nosso país.

Sempre achei Gaiarsa um gênio e cada livro seu que compro ou garimpo num sebo me encanta e me desperta.

Preciso ser eu mesmo para me realizar e ter ofertas reais e sinceras a fazer aos que elegi para estarem ao meu redor. O livro vai muito além mas quis me focar nesses pontos de vista.

Recomendo urgentemente. E olha que não gosto nada da palavra urgente.

domingo, 5 de abril de 2009

Ainda não




Olhar que prende, cabelos que envolvem.

Delicadeza que tenta sem sucesso esconder a força interior.

Minha mente foi jogada ao distante imaginando como seriam teus sons, teus aromas e pedindo o privilégio de contemplar-te em movimento.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Meu Rio

E para que servem os sentimentos se algumas pessoas fogem deles e outras são consumidas por eles?

Como em tudo, raramente os extremos são saudáveis. Vejo nossas emoções como uma maneira que nossa raça encontrou para produzir uma força incrível capaz de arrastar caminhões, derrubar paredes e levantar montanhas.

E com elas que também se cria, e se curte, arte. E com a arte nos expressamos de forma inalcançável para o mental. Outra função linda do nosso emocional.
Quando entramos em maior contato com o que somos começamos a nos relacionar conosco de uma forma diferente. Percebemos mais a conexão entre nosso corpo físico, nosso mental e nosso emocional, assim como nos tornamos mais conscientes da capacidade e das funções de cada um deles e passamos a usá-los melhor.


Gosto de imaginar que tudo o que eu sou é uma energia, como um rio que desce uma montanha. Para mim é um jeito muito legal de me sentir e lidar comigo mesmo.
E quando consigo colocar isso em prática minhas emoções tornam-se um motor que me permitem realizar muito mais no meu trabalho, no basquete, nos meus relacionamentos.
Elas produzem uma força impressionante que posso usar como bem entender.

E todos podemos fazer isso. Se voltar a sua atenção para dentro de si, vai conseguir sentir as emoções se formando e vai percebê-las como uma energia elétrica, como um rio.

E também vai sentir que, assim como um rio, essa energia precisa ter uma fonte e uma continuação. Se parar alguns instantes para perceber uma emoção com tal profundidade vai conseguir conduzi-la da forma que desejar, seja para aumentá-la, para diminuí-la ou para cessá-la.

Com a consciência de que tal energia precisa de uma fonte e uma continuação dessa fonte podemos escolher alimentá-la ou não. Se a emoção surge e contribui para nossa qualidade de vida, para nosso bem estar vamos alimentá-la pensando mais no que a gerou, lembrando da sensação. E se a emoção não faz isso, você tem que saber que ela só estará com você enquanto você permitir e estiver alimentando-a. Fácil assim. O que dá um pouco mais de trabalho é lembrar disso quando nos sentimos bem tristes.

Mas precisamos escolher se queremos ficar naquela situação ou se queremos nos sentir bem.

E para deixar de alimentar uma emoção não desejada basta que nos afastemos daquilo que nos fez soltar tal sentimento, façamos algo que nos gere uma emoção diferente. Que nos ajude a evitar pensar naquilo que nos incomoda. Mesmo que seja um problema ou algo que precisemos resolver deixemos para fazer isso quando nossas emoções estiverem estáveis.

O que ocorre é que nem sempre lidamos bem com o que produziu essas emoções. Ou é algo tão bom que nos deixa bobos ou algo tão triste que nos deixa arrasados.
Quanto a isso o importante é saber que a vida simplesmente acontece. Eventos e problemas acontecem. E tão importante quanto é saber que nós produzimos estes eventos.

E o estado das nossas emoções pesa enormemente na nossa tomada de decisões, isso posto em outras palavras: nosso emocional nos ajuda a construir nosso futuro.
E que futuro queremos para nos? Um que pareça um acidente ao qual temos que nos adaptar ou um que seja resultado de escolhas conscientes e produtivas?

Vamos respirar mais, descansar nossos pensamentos, desacelerar, curtir e respeitar nosso corpo, seja na forma de lidar com ele, na sua limpeza ou no que comemos e nos relacionarmos melhor com nossas emoções pelo simples fato de que disso depende nossa vida. E, nem ia falar mas, nos dá um enorme prazer.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dois Sóis

Quero te ver, respirar o hálito da tua boca, aquecer meu corpo no seu.

Quero adorar os detalhes do teu rosto e desfrutar dos teus aromas como se nada mais no mundo importasse.

E sentir o tempo desacelerar como se toda a natureza parasse para admirar a beleza dos nossos corpos se encaixando, se amando e espargindo arte, tesão e carinho como um sol espalha luz e vida.

domingo, 8 de março de 2009

Tão bom!


Na presença de uma criança, escolho mil vezes a companhia dela. Terei outras chances de parecer maduro e profundo.

Mas chances de enfrentar monstros jupiterianos, voar com minhas próprias asas, ter carros velozes, submarinos nucleares, aviões espacias que param por falta de gasolina...

Ah, essas são raríssimas!

Mas para que serve esse botão?

-Você tem que gritar quando quiser descer! Ensina o motorista do ônibus.

Estava ele distraído do sinal de parada solicitada e quando apontei a porta olhando para o cobrador, o motorista interveio.

E pensei que muita gente se acha fracassada pois ficou esperando o resultado. Sem gritar. E pensei também que muita gente grita, mas sem saber exatamente o que quer. E tanto um quanto outro muitas vezes se acha vítima do mundo.

É tão óbvio: o mundo não vai descobrir o que você quer e entregar numa bandeja de ouro.

Dê ouvidos ao motorista!