sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Em viagem.

Há momentos em que não estamos em lugar nenhum.

E há uma Babel. E inglês.

Apesar de todos os desentendimentos existe uma língua comum que pode nos ajudar à conexão.
Mas ela só é permitida aos interessados.
Aos outros resta lamentar-se que a vida é cruel e não gosta de nós. Ninguém entende esses pobres.
Injustiça para estes.

Por isso escolho o sorriso. Quando ele é espontâneo para meu corpo.
Então ele me conforta, dá-me forças.
E enraiza-me numa tranquilidade enquanto todos acham que o normal são as águas bravas das relações comuns.

Essa quietude mostra que uma relação não tem que ser algo físico ou mental.
Ela nasce através do mesmo processo pelo qual a semente rebenta numa flor.

A vida quebra a casca, que a protegeu até aquele ponto ( mas agora a impede de crescer), e flui através da terra, do ar e do sol.
E achei bom que surgiu-me o exemplo da flor. Pois muitas precisam ser cultivadas.
Também é válido.

Umas tantas são espontâneas e vêm, outras são frutos de um esforço e trabalho bonitos e conjuntos.
Mas dispenso as geneticamente modificadas, conseguidas através de deformações em seus códigos.

Outro professor de relacionamentos que tenho é a água.
Ela encaixa-se em tudo, às vezes funde-se inseparavelmente até, mas é sempre ela.
E flui. E contorna e envolve e abraça. E entra!
Pelos poros!

E quando a relação esgota ela evapora-se deixando uma sensação boa de limpeza, de mudança e evolução;

Sempre com portas abertas para poder voltar.

Quisera eu ser assim.

Vamos lá. Um dia aprendo.

E até faço um arco íris com as lágrimas do epílogo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ar

Quero as pontas dos teus cabelos nos meus ombros. E aquelas provocações nossas. E a tensão no ar que nossas peles produzem. Uma eletricidade estática como um iman gigante. E sabemos que é inevitável. Mais vale logo entregar-se. E os choques transformam-se em fogo, que logo viram ondas.

E as forças da natureza manifestam-se em nós. Levam, encantam e fazem música, fazem arte. E um alívio invade-me ao tocar teus lábios. Como uma sede de anos que o corpo já disfarçava. E cada poro abre-se para perceber-te melhor. É uma delicadeza com toques de loucura, são toques com um delicado louco. Do nosso jeito.

O ápice de uma sinfonia, uma erupção no seu ponto alto. E beleza, e espontaneidade. É um sem pensar. E um manifestar a consciência através e pelo outro.

Desejo-te. Entrego-me. E vou fundo dentro de ti. Atrás do que escondes de todos os outros. Com uma força, que nem sei se é minha. Mas corre através de mim. E essa força te quer. Quer ser tua, quer unir-nos. E simplesmente atravessa-me e leva-me para teu calor, para teus gemidos. E olho nos teus olhos e sinto nossas conexões, sinto teus movimentos mais sutis, mais profundos. E como se asas tivesse, elas te abraçam e faço tudo para estar mais próximo, para ser mais teu!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Visita

Teus lábios nos meus trazem-me de meu recolhimento.

Abro os olhos e estou só na sala. Mas nos detalhes da casa e na minha e na minha pele. Mas nos silêncios, no facho de luz que entra pela fresta.

Nestes, sinto-te.

Lembro-me de ti em mim. Lembro-me de carícias que ainda virão. E vivo as que já aconteceram. E penso que talvez sejam sonhos lindos e doces.

E decido que pouco importa em quais planos do Universo os criamos. Importa o enriquecer dos aromas, a vida na pele, o colorido nas flores.

A tua presença em mim.

Isso é real e nada me pode tirar.

sábado, 16 de julho de 2011

É possível...



que parte de mim ande por teus lados.

E umas vontades levem meus pensamentos até ti. E uma sensação de proximidade inabalável que não pede explicação, não pede certeza.

Só está lá, como estão galáxias.

Quase indiferentes, quase imperceptíveis mas gigantescas, a conectar universos. Tornando reais grandezas inimagináveis.

Guardando belezas que ainda serão conhecidas.

Infinitamente nossas.

sábado, 11 de junho de 2011

De frente para o Oceano.


Vontade de chegar perto.

Sem palavras.

Sentar a uns tantos centímetros, como que combinado.
Lembrar umas ideias já trocadas.
Sentir cheiro, olhar nos olhos. E sentir um arrepio, algo dentro que avisa que a companhia é boa. Já sabíamos antes mas a electricidade da pele é inquestionável.

Um sorriso tímido, uma mão que se aproxima com passos dedo a dedo.

Os corpos se movem numa dança sutil, conectada, linda. E teu sorriso se abre a despertar todos os sentidos para ele.

Como uma força gravitacional que abraça e traz para perto.

Feliz. Tudo!

domingo, 22 de maio de 2011

Fadinha.


Chego por trás, sutilmente. Tu percebes sem saberes bem como.

Talvez nossa vontade chegue antes de nós.

Seguro firme teus ombros, toco teu pescoço com os lábios. Deslizo-os em direção à tua orelha.

Desço com a mão esquerda até a tua e entrelaçamos os dedos. A outra busca tua cintura. Sente meu corpo apertar-se contra o teu.

Os cheiros misturam-se.

E cada toque tem um acorde, cada olhar um sabor,

cada desejo um ato...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ideias absorvidas...



Pensei num livro lindo que ajuda-nos a perceber um lado sensível da vida que muitas vezes nos fica esquecido.

Ensina a relacionar-mo-nos com mais doçura, com mais sinceridade. E a derrubar máscaras, bloqueios e armaduras que falsamente nos protege e nos engana pois nos faz crer que somos fortes.

Na verdade é na fragilidade que está a vida. Em alguns sentidos o forte está acabado, a desmanchar-se. E o frágil está disponível, aberto, atento, vivo.

A verdadeira força está em descobrirmos nossa sensibilidade, nosso carinho e a nossa forma de estar na vida.

Sem mais palavras aí está: Eu me lembro...

Pode-se encontrá-lo na escola, na biblioteca para leitura no próprio espaço ou para se adquirir. Ou aqui.