sexta-feira, 25 de abril de 2008

Uma pequena revolta.

Ter a intenção de crescer é diferente de ter a pretenção de ser evoluido.
É na fragilidade que despertamos força e somente expostos podemos sentir mais o que há a nossa volta, assim como a pele ferida é mais sensível ao toque.
A dor passa e incita-nos a não mais provocá-la, mas recuso-me hoje e tantas vezes mais a manter-me fixo ao chão. Minha natureza pede ar e a liberdade que os ventos trazem.
Amo.

sábado, 12 de abril de 2008

Pela Manhã

Ao ver a luz do sol no corredor uma sensação percorreu meu corpo, me impressionando e me impulsionando a buscar a origem desse arrepio.
Lembrei de nossos momentos no quarto, dessa mesma luz que ontem iluminou sua pele nua, que com(o) um frescor acariciava meu peito.
O sol abraçava seu corpo todo a um só tempo e eu o invejava pois não tinha mais que o alcance de meus sentidos.
Isso os estimulou para que despertassem e eu pudesse curtir seu sabor, sua maciez. Seus gemidos, seu cheiro.
Sua beleza, sua poesia.
Amor a (à) luz do sol.

Vamos meditar um pouco? por Claus Haas

Ultimamente somos bombardeados, dos primeiros instantes do dia até os minutos antes de adormecer, com centenas de milhares de estímulos diferentes. Há quem diga que em um jornal diário encontram-se mais informações do que uma pessoa assimilava durante toda a vida há algumas décadas.
Este excesso de informação gera uma intensa dispersão mental. A todo momento, nossa mente deriva para alguma novidade. Isto promove, inegavelmente, stress. A tal ponto que dezenas de patologias sejam associadas a ele e a falta de se “desligar” um pouco. Não um desligar no sentido de dormir ou apagar. Mas se desligar deste turbilhão de estímulos variados. Se abstrair de todas estas dispersões.
Se damos atenção para tudo o que vem de fora, para todos estímulos externos, nos esquecemos do que realmente somos. Deixamos de nos perceber a nós mesmos para se observar com a ótica e o julgamento daqueles que nos observam. A conseqüência disto é a perda da auto-estima e todos efeitos que advém desta perda, chegando até o ponto de se transforma em uma depressão.
Para combater isto há milhares de pessoas que utilizam técnicas de meditação. Na verdade, intuição linear é a melhor definição para esta técnica. Meditar, como técnica, significa parar de pensar. É a parada das ondas mentais, ou instabilidades mentais. E quando param, há vazão para o aflorar de um estado de consciência mais sutil e mais amplo, a intuição linear, a meditação.
No estado de consciência da meditação o conhecimento flui de dentro para fora. E não o contrário, como estamos acostumados. Um conhecimento puro, que não necessita de análises ou confirmações, já que não resulta de algo prévio. Não é a toa que altos executivos utilizam estas técnicas para definir o rumo de suas empresas. Por que procurar fora o que já está guardado dentro? Basta olhar, basta observar.
Enfim, para que a meditação flua mais facilmente, ter um corpo forte, saudável e resistente faz grande diferença. Sem isso, usar a técnica da meditação seria como fortalecer a musculatura de um braço e abandonar o restante do corpo. Através das técnicas do Yôga Antigo, este fortalecimento é facilmente conquistado. Inclusive, os oito feixes de técnicas que fazem parte de sua prática ortodoxa se encerram justamente coroados pela meditação!

Meio Tempo por Karin Raduan

Antes de borboletar
Fui aprisionada neste invólucro
Para me abster do tão óbvio
Desenhado nestas asas

Que a loucura convencional
Ocupe seu devido lugar
E que no cerne destas águas
Tenha menos que brotar

Quem cutuca meu casulo?
Se ainda não é hora de voar
Hora de nascer e de esperar
Crisálidas são como flor

Mal me quer bem me quer
Fui como pétalas de margarida
Apenas duas... bem me quer?
Só o calor de minh’asas !

Estudos por Tamara Queiroz

ESTUDOS


Observo você
mergulhada todinha nesse estudo
em que se empenha tanto!
Ouço-lhe a voz
a relatar,
assim,
prenhe de ardor,
estranhas ilações
a retratar
a profundez do empenho
nesse estudo que faz
com tanto amor!
Às vezes você pára,
olhando-me, tão vaga,
meio a pedir-me aprovação, apoio -
- e na verdade eu sinto que o que faz
é tão somente desejar-me ouvi-la -
- e ouço e vibro,
aprendo, sinto e bebo
a coisa toda que você me diz!
E di-la
e ponho-lhe atenção,
pouco a pouco sentindo a sensação
de sabê-la tão gente,
mas tão gente,que apesar de sabê-la
assim - inteligente! -
percebendo-a envolta em teorias
e tão enfatizada,
intelectualizadae até mesmo julgando-se saber
o que quer, o que sabe e o que não quer,
eu posso pôr de lado
tudo (tudo!)e amá-la assim:
tão só como mulher!

Reset

Em alguns momentos, hoje por exemplo, eu não sou.

Simplesmente abstraio e deixo o dia rolar. Isso não é como entrar no automático. É como apagar as informações registradas para deixar aflorar umas novas. Deixo as emoções e os pensamentos acontecerem sem me apegar a algum.
E nada.

É tudo.

Ferramentas

O ser humano não possui as ferramentas para perceber a realidade em sua totalidade.
O que percebemos fica limitado por nossos sentidos, nossa atenção e nossa lucidez entre outros fatores.
E também isso, passa por alguns filtros como nossa bagagem cultural, nossos pontos de vista, nossos relacionamentos com o mundo e, talvez principalmente, nossa flexibilidade de compreender opiniões e observações de outras pessoas.
Como não temos capacidade de observar o todo, nosso crescimento pessoal pode ser potencializado por um talento em respeitar pessoas que são diferentes de nós.
Não quer dizer que vamos facilmente mudar de opinião como alguém sem convicção.
Significa que vamos levar em consideração a forma com a qual as pessoas com quem interagimos observam o mundo a sua volta.
Isto é estar desperto, é não agir mecanicamente ao nos relacionarmos e nem tentar impor alguma idéia pré-estabelecida antes do encontro.
Antes de aprendermos a usar esta capacidade com o outro devemos treina-la com nós mesmos.
Quão a sério levamos nossos sonhos? O quanto valorizamos nossas qualidades? Como encaramos nossos defeitos?
Temos que entender que é impossível que todos gostemos das mesmas coisas e que tenhamos as mesmas vontades nas mesmas horas.
É bem provável que alguns de meus gostos, não sejam realmente meus e sim de quem me criou ou de quem esteja à minha volta.
É importante que nos conectemos mais a nós mesmos e aprendamos a perceber nossas vontades e intenções de dentro para fora e possamos separar o que realmente queremos. Para isso, passemos mais tempo em nossa própria companhia, sintamos mais nossa respiração, ouçamos nossos batimentos cardíacos.
Nem devemos nos isolar dos demais para isso, basta que nos momentos em que estejamos sozinhos percebamos mais nosso corpo, nossos sentidos, nossas emoções e pensamentos. Depois vamos querer dedicar algumas horas da semana a algo que nos deixe mais próximos de nos mesmos.
Comecemos fazendo aquilo que mais gostamos com mais atenção, carinho e sensibilidade, provando um sorvete atento para todos os sabores, para a textura, para as diferenças de temperatura. E terminemos ficando plenamente mais atentos ao universo infinito em belezas, riquezas e alegrias que existe a nossa volta.