sábado, 18 de abril de 2009

Espelho Mágico


Há uns anos, num curso com o Mestre DeRose, codificador mundial do SwáSthya Yôga, o Yôga Antigo, ele me abriu os olhos para um detalhe óbvio.

Ele mostrou, sobre um outro ponto de vista, a história de Adão e Eva, expulsos do Éden por terem comido o fruto da árvore do bem e do mal.

Perdemos o paraíso quando passamos a enxergar o mundo através da prisão do conceito de polaridades. A visão da dicotomia preto e branco, que nos joga na pobreza de limitar incrivelmente nossa percepção da realidade.

No curso, DeRose cita que não se consegue despertar a energia interna que nos move e pode nos levar ao mais alto grau de evolução ao que se chega o ser humano, no Yôga chamada kundaliní, enquanto se julgar o universo e as pessoas com esse padrão infantil e tolo.

Desde então, venho num processo de levar para meu dia a dia a liberdade de julgamento e de ação que ganho ao parar de decidir quem é bom ou ruim ou parar de tentar ser legal ou ser chato.

E, dia após dia, tenho conseguido ser mais eu mesmo e descoberto que as pessoas em alguns momentos são boas em outros ruins e ainda há quando são entediantes e interessantes ao mesmo tempo.

Lendo um livro de J. A. Gaiarsa, acho que esse processo avançou algumas décadas. O livro chama-se Espelho Mágico, um fenômeno social chamado corpo e alma, uma obra brilhante sobre o quanto nos aprisionamos e nos reprimimos para conviver em sociedade. Também retrata a cegueira que temos em relação à nossa imagem e a influência que ela tem sobre as pessoas que se comunicam conosco.

Descobri que essa visão simplificada de bem e mal faz com que reprimamos uma parte de nosso eu: a que não seria aceita em nossos grupos. Afastando o auto conhecimento e, consequentemente, nossa evolução pessoal, impedindo que sejamos nós mesmos em totalidade.

Isso traz frustrações e cobranças constantes que nem nosso próximo mereceria e muito menos nós mesmos. Tal fato ainda nos deixa longe de nossa felicidade por pedirmos de nós o que outros esperam e não respeitarmos nossas reais necessidades e vontades.

E durante a leitura fica claro que amarmos a nós mesmos, de forma nenhuma exclui o outro pois tudo o que somos e fazemos se formou e acontece na relação com os outros.

Um parênteses: Os caras são incríveis. Conheço o trabalho do Gaiarsa desde que nasci pois minha mãe sempre leu seus livros e me educou ao máximo dentro de suas dicas. O ano retrasado fui a uma palestra dele e o ouvi, me deliciando com um conhecimento transbordante. Quanto ao DeRose, tenho o privilégio de tê-lo como supervisor do meu trabalho de instrutor do Método que leva seu nome. Ele tem uma sabedoria jorrante pelos olhos.

Voltando ao assunto, respeitando-nos teremos mais a ofertar ao outro, pois seremos mais completos e mais felizes tornando-nos melhores companhias.

E a auto repressão se manifesta em uma repressão nas pessoas à nossa volta e, depois, de uma forma mais abrangente, nas próprias leis que regem as comunidades e sociedades, seja em família, no grupo de amigos, no trabalho ou no nosso país.

Sempre achei Gaiarsa um gênio e cada livro seu que compro ou garimpo num sebo me encanta e me desperta.

Preciso ser eu mesmo para me realizar e ter ofertas reais e sinceras a fazer aos que elegi para estarem ao meu redor. O livro vai muito além mas quis me focar nesses pontos de vista.

Recomendo urgentemente. E olha que não gosto nada da palavra urgente.

5 comentários:

Anônimo disse...

saudades de vc
um beijo carinhoso
soninha

Vera Paula disse...

a sociedade nos obriga a fingir que vemos o mundo em "preto e branco", até dentro de nossas casas somos obrigados a seguir os padrões pré estabelecidos, e quando agimos de forma diferente da imposta somos tachados (maluco, utópico, defensor dos fracos e oprimidos, anormal, "não viaja"...) e as vezes até discriminados... sempre foi assim e infelizmente sempre será!
levamos décadas para evoluir um simples passo, como aceitar que em pleno século XXI ainda existam o racismo, o especismo, a homofobia, mortes entre torcedores de times diferentes, etc? onde fica a "liberdade" de ação e expressão?
as pessoas tem medo de ser autênticas, elas preferem "ser aceitas"...

PS: ow me empresta esse livro ae Thi... rs

Thiago Duarte disse...

Saudades gigantes da Soninha.

Fiquei te devendo o livro Vera.

Beijos.

Anônimo disse...

Nossa meu...vc coloca um texo que tem tudo a ver com o meu processo de vida no momento...adoro ler tudo que vc escreve, vc é uma pessoa inteligente, que sabe expressar bem...mesmo naum te conhecendo vc me passa essa sensação de uma pessoa clara e bem resolvida com sigo mesmo...!

Bjos e continue sempre passando boas mensagens...

adoro - te quero vc na minha vida pra sempre...pois pessoas assim fazem a diferença no mundo.

Thiago Duarte disse...

Para mim é gratificante ler comentários como os teus, Anônimo. rs Vamos nos falar mais. Beijo grande e até breve.