quarta-feira, 2 de junho de 2010
Is on the table.
É como aqueles títulos que martelam nossa cabeça por anos.
E passamos por livrarias, bibliotecas, shoppings e feiras. Perguntamos a amigos. Alguém já viu lá longe ou ouviu falar mais ou menos.
O primo do cunhado talvez já tenha tido quando menino.
Até que um dia ao passar à frente de uma porta pequena, como numa festa entediante da qual nada se espera, temos um clique, um chamado. Uma tensão irresistível nos pára e volta nosso olhar para o tesouro procurado há tanto.
Vamos até ele. Um tanto incrédulos; talvez seja só impressão ou uma aparência semelhante ou ainda uma adaptação alucinada
Mas SIM. É exactamente o que procurávamos. Agradam o formato, o cheiro, o tato.
O conteúdo ainda só visto e revisto em nossa imaginação, nos dá água na boca.
É daqueles que só a ideia nos aprimora, nos induz a andar com melhores roupas e a sermos mais educados.
Depois de mãos dadas ao encanto corremos para casa.
Sentamos. Será melhor trancar a porta?
Com a beleza no colo, fazemos um respiração profunda e admiramos.
Mas ainda não é preciso pressa.
Podemos desfrutar um sumo e boa música , antes de travar contato com todas as riquezas que temos à frente.
Depois de muito curtir a presença, desempacotamos com cuidado, com paixão, com uma lenta voracidade.
Embrulhos no chão, pára-se e em camera lenta, deixamo-nos apaixonar. Um alívio espalha-se desde um suspiro até todas as partes do corpo.
E mergulhamos.
Não haveria melhor palavra para o prazer, o envolvimento e a alegria descobertos em cada passada de dedos.
Os olhos atentos correm, param, olham de novo. Mas nunca se adiantam. Uma das maravilhas é não atropelar as fases.
E levar o tempo certo em cada capítulo.
O ritmo é uma mistura dos envolvidos.
Há uma troca. Linda, transformadora e poética.
A cada virar, mais delícias, mais encantos. E mais profundos.
Uma identificação crescente.
Estavam ali um para outro. Não haveria melhores leitores. Não haveria melhor obra.
E no final, com a sensação boa que os finais trazem. Mas que fique claro: aqueles términos que prometem mais são os que têm esse sabor.
Brinca-se com o desejado. Sente-lhe o peso. Fecha-se os olhos para sentir lá dentro parte do outro que agora é nossa, enriquecidos estamos.
E despedimo-nos. Com uma certeza a mais.
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12 comentários:
Depois diz que são minhas as palavras com duplo sentido! (Olha que se a tua namorada apanha este texto fica com ciumes do livro de cabeceira...)
Estou orgulhosa que tenha sido este a estrear o caderninho, todo bonito, todo cheio de sentimento. Todo sentido.
THIAGO! Muito bom... delicioso!
Despeço-me "com uma certeza a mais": DEVES continuar a escrever!
Beijo!
Ora, Martinha sabes bem que é perigoso fiar-se no que dizes. huaaa. Brincadeira. Adorei ser este o primeiro no caderno. Onde viste namoradas e livros? Beijo.
Jo. Adoro que venhas passear teus olhos bonitos nestes lados. Quando vamos ter uma contribuição tua aqui? O outro fez o maior sucesso e está na hora de mais. Beijo enorme!
Pois, pois... bem vi. Mais sucesso que no blog da própria autora... (dá que pensar)
Por isso, as novas produções descansam tímidas (e "negligenciadas") no meu singelo blog :p
Beijo
Nem é assim. Acabei de fazer uma visita lá e está fabuloso. Coloquei no meu reader, assim acompanho melhor. Boas ideias estão raras e precisam ser divulgadas. Qual dessas produções vem para cá?
Eu ca tenho as minhas razoes! Has de me falar delas!
Beijo
Humm. Vamos ver isso...
acabei de (re)ler pela 6237672165751675796 vez.
Diz o "povo" que o encanto so mesmo na primeira vez.... (e nao dura para uma segunda vez, quanto mais para sempre)
... mas, e ainda bem, que existem pessoas, que conseguem quebrar paradigmas...
e transformar "jnysjhtjshtgjdhtiunhgjfnyfturdhctjhntcjtjhnjshjuhjhhhgjjhghgb"
em coisas de encantar... daquelas de duram para sempre...
Sonia
Que doce, Sonia. Admiro tanto que escreves e vens dar-me estes elogios lindos. Eles ganham mais pesos. Obrigado por me apresentar os afmug muh vumhufrcnrefo,o,.o. Sabem mesmo bem. Mas só quando usados sem hipocrisia.
Beijo beijo.
Pressa. não existe mais na minha vida. Tudo é muito lento entre São Paulo e Recife. O sabor aqui quem dita é a rainha do mar. Cheiro de flores brancas e muitas canções aprendidas com meu querido Dorival Caymmi, repetidas em minha mente como mantras...
Obrigado, por vir aqui comentar, SI. Beijo enorme!
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