domingo, 30 de dezembro de 2007

Dança

Há obstáculos mais intransponíveis do que os quilômetros.

Estes, muitas vezes não são percebidos.

Ou as pessoas fingem que não os percebem. E seguem a vida, tristemente solitárias: com alguém ao lado.

Aceita, então, que o comum não é para você.

E transcenda a menor das distâncias. A física.

Mas algo como olhar sua pele , palavra nenhuma pode descrever.
Vejo cada contorno de seu corpo e desejo todos eles.

Beijaria sem pressa cada uma destas curvas, cada músculo, cada encaixe.

Olho e já imagino onde colocar minhas mãos, onde cheirar, onde por a boca. Penso em como parar o tempo, para me deliciar nesses olhos.

E decido que meu prazer será deixar escapar sons de minha boca e deixar que minha atenção corra meu corpo percebendo temperaturas, texturas e toques. Quero esses carinhos, em um dar que se mistura com receber, em um tocar e ser tocado, encantar e me permitir encantar. Explorar uma riqueza simples e única.

E por alguns momentos só estar, só ser.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Unknow

E se as borboletas quisessem dançar, se desistissem das asas para mostrar beleza?

Escolheriam a paixão das cores e a serenidade do flutuar
Teriam um corpo, e este seria lindo. Teriam ritmo, este: seria único.
Encantariam com um sorriso, envolveriam com um olhar.

As cores parecem sólidas, mas se desfazem com um toque que não seja digno. São eternas para os merecedores.

Existências totalmente livres. Quem uma vez voou ,mesmo com asas escondidas, não esquece a leveza, não esquece o vento no rosto.
Sabe os truques para abandonar o solo.

O melhor é que conhece também alguns
para tirar do chão os escolhidos.

Só sejamos

E se fosse real?
Poderíamos percebê-lo com estas nossas limitações?
Sejamos nossos limites, nossas realidades e nossas percepções.Seremos mais.

No copo

Adoro chás vermelhos.

Quando são mergulhados na água a tingem lentamente e o copo fica com um líquido metade avermelhado metade transparente. Uma riqueza beleza simples.

Adoro chás vermelhos.

Leva-me

Sonhei com seus encantos.

Mergulhado em seu hálito, me deliciava no conforto do abraço.
Calor e maciez, um desapego cúmplice.

Envolto em suas asas, deixava-me levar curtindo um vislumbre do seu céu.

Recriando nossa realidade

Outro dia, observando atletas, fiquei pensando sobre como o corpo se adapta ao estilo de vida. É fácil identificar quais deles praticam o mesmo esporte, pois a postura, o andar e os músculos desenvolvidos são muito específicos.

Nestes casos, esta mudança é marcante, pois usam o corpo de forma intensa. Mas como será que isso se aplica em um cotidiano rotineiro, caso da maior parte das pessoas?

Noto que o corpo também se adapta tornando mais confortáveis as tarefas que realizamos com maior freqüência. Excelente para um pedreiro que trabalha carregando peso e precisa de um corpo forte, ou para um piloto de moto que precisa de reflexos muito rápidos. Entretanto, no caso de ficarmos somente em casa assistindo tv, grudados no computador, ou sentados com as costas curvadas o dia inteiro no trabalho, essa proteção que possuímos acaba nos prejudicando.

Isto é percebido quando se torna cada vez mais difícil andarmos com as costas eretas, quando passamos a ficar mais pesados para algo que antes fazíamos sem esforço e, para não me prolongar nesta lista infindável, quando nosso organismo se modifica para podermos comer mais e mais.

Da mesma maneira que nosso corpo está sujeito a essas transformações, também estão nossas emoções e pensamentos.

Sim, assim como vamos perdendo dia-a-dia nossa capacidade de movimentação, perdemos também nossa capacidade de viver emoções plenas e de ter idéias brilhantes, conforme nos adaptamos a uma vida sem estes encantos.

O ser humano se transforma para conquistar conforto, isso significa que se você nunca usa pontos de vista diferentes, deixa de se encantar com eventos simples, pára de movimentar seus músculos, seu organismo passa a entender como um incômodo qualquer pensamento criativo, emoção forte ou uma simples caminhada com os amigos, atitudes diferentes das praticadas em seu cotidiano.

Apesar da reflexão, confesso que minha intenção não é produzir pânico. Estou apenas evidenciando uma ferramenta que possuímos e, como tudo no universo, podemos escolher como iremos utilizá-la.

A partir de agora, saiba o quanto suas escolhas estão constantemente reorganizando tudo o que você é, produzindo sulcos em seu corpo, em suas emoções e pensamentos, para que tais decisões aconteçam cada vez mais espontaneamente.

Para perceber os condicionamentos de seu corpo, experimente alguns movimentos ou posições que nunca fez antes. O corpo mais reclama onde está formada uma couraça que o cotidiano monótono nos traz. E não estou atacando assistir tv ou ficar quieto em casa, ataco à falta de opções, à falta do novo.

Depois façamos o mesmo com nossas emoções e pensamentos. Você verá que, a princípio, é muito difícil fazer um outro caminho para o trabalho ou enxugar o corpo após o banho de forma diferente. E é mudando estas pequenas atividades que desenvolvemos nosso potencial de transformação. Comece assim e depois estimule eventos e coisas que vão conduzi-lo a mais felicidade, mais plenitude e mais diversão. Isto o fará notar que, sem mudar nada ao seu redor, estará em um mundo completamente belo, harmônico, totalmente aberto e receptivo às suas vontades e o mais importante: absolutamente real.